florescer
busco entender a diferença entre
buscar a melhor versão
de mim mesma
e me cobrar,
o todo tempo,
um padrão de perfeição
[ele me aprisiona]
quando nego às minhas sombras
amorosidade e leveza.
olho à minha frente
e pergunto:
“o que estou fazendo aqui?”
enquanto contemplo o muro
[eu sei
eu mesma construí]
com minhas dúvidas
angústias
ansiedades
e esta certeza de poder contornar barreira
de tijolo
figura esperançosa
em minha mente.
mas para perder o medo da escuridão
desta nova estrada
é preciso entender:
o vazio pode ser a porta
de uma nova jornada,
a iniciar-se do mais completo nada.
a luz não é única fonte de alimento
do meu ser.
quero estar pronta para construir
outras coisas,
diferentes de um muro.
me libertar desta sensação de precisar,
o tempo todo,
saber tudo
e entender:
o medo de ser julgada
pelo outro
é reflexo da dificuldade de aceitar
e amar
espinhos carregados por todas as rosas.
se for para construir algo novo
não quero das pedras
a dureza.
anseio o frescor de um jardim
com delicadeza
para entender,
de vez por todas
não ser responsável por ninguém
além de mim mesma
meu comprometimento é com a flor
regada em meu espaço sagrado,
todas as vezes quando digo me amar
e me aceitar completamente.
não preciso fingir não me importar
quando dói
nem carregar em meus ombros
peso alheio
pois quando deixo de olhar
para mim mesma
como deveria
permito esta dúvida,
indecisão
se tornar um guia
importar-se tanto com o pensar diferente
do meu
revela o quanto posso temer me olhar
de verdade.
mas quando rego minha flor,
desabrocho um jardim
cheio de beleza.
e enxergo nele parte da minha
natureza
negada por esta cegueira
agora sem serventia.
e as águas,
das plantas alimento,
refletem as mulheres guardadas
aqui dentro
ansiosas por falar,
expressar
[pois agora entendo]
precisar olhar para todas elas
com carinho.
fechei os olhos por muito tempo
sem perceber
todas as possibilidades
de feminino
envoltas em meu ser,
quando enxergo cada parte de mim
sem julgamento.
mas agora os abro
disposta a perder o medo.
e com uma flor nas mãos
repito
enquanto estalo o dedo:
“eu me permito me olhar
por inteiro
plantando amor de todas as cores”.
Poema “florescer”
Escrito pela terapeuta e poetisa Cláudia de Sousa Fonseca para a cliente Luiza Baeta, após o processo Retrato Terapêutico Amora Fototerapia
Tema da Vivência Fotográfica: florescer
A vivência fotográfica com a temática “florescer“, realizada pela cliente Luiza Baeta, faz parte do processo Retrato Terapêutico Amora Fototerapia. Um profundo mergulho na alma, a partir da visualização de imagens inconscientes e ressignificação de conteúdos psico-emocionais. O trabalho inclui fotografia artística, 60 fotos editadas e tratadas, mais um poema escrito exclusivamente para a/o modelo.
Retrato Terapêutico Amora Fototerapia no Espaço Amora
Os atendimentos são facilitados pela terapeuta, escritora e artista plástica Cláudia de Sousa Fonseca, responsável pelo desenvolvimento da técnica. Agendamento apenas após pagamento da sessão, que pode ser efetuado por PIX, transferência bancária ou cartão de crédito. Confirmação de horário pelo WhatsApp (21) 98101-2828.
Confira os detalhes e as propostas de orçamento do Processo Terapêutico Amor.a Fototerapia