* “Renascer: a mutabilidade da morte” compõe uma das sete séries da exposição “Arrebatamento Sensorial – Um convite à revolução do sentir”.
Defino cores, tento estabelecer formas definidas. Até ter coragem de reconhecer que o quadro apenas vai cumprir o papel de ser uma projeção de todo o meu sentir, se ele se movimentar além de minhas expectativas e idealizações. Tudo flui o tempo todo.
O controle escorre por entre os dedos e lambuza telas que se fundem, se movimentam. A obra ganha vida própria e escolhe sua própria manifestação. Ela derrete. Escoa. De dentro para fora, de fora para dentro. Mover, estimular, avivar o quadro banhado por tintas úmidas, sem fazer ideia do resultado, é aceitar a impermanência da vida. A caixa de Pandora é aberta. E a arte emerge das profundas águas do inconsciente, para revelar o que a razão, sozinha, não alcançaria. Uma água que, após um processo de purificação de nossa alma, deixa de afogar para, enfim, nutrir.
Após todo esse movimento, é preciso aceitar o fim. Depois que tudo seca, tinta, resina, a obra está morta, acabada. Para renascer em ilusória versão estática, já que segue em movimento. Pois ao despertar inúmeros afetos, ao receber projeções de diferentes observadores, ela transborda a inconstância do experienciar a vida. Uma existência transitória, frágil, mutável. Vida e morte estão interligadas, são uma só. Constantes apenas em suas inconstâncias. Quem teme uma, se priva da outra.
Uma imagem nunca é estática
Em meus estudos sobre psicologia junguiana, me conecto profundamente com o trabalho de Marie Von Franz, James Hillman entre outros estudiosos da área. Segundo eles, manifestações artísticas expressadas através de imagens são uma projeção do inconsciente em constante ação.
Carregam a energia psíquica de quem as produz e são impregnadas pelas projeções das pessoas que a observam. Que podem mudar com o tempo. Se a mesma obra desperta diferentes afetos em mim, em diferentes períodos de minha vida, a obra continua sendo a mesma? A máxima de Heráclito de que não se pode entrar no mesmo rio duas vezes revela o quanto morremos e renascemos para diferentes perspectivas, várias vezes, ao longo da vida.
A pintura é estática apenas para a consciência, que pede presença. Porém, assim como a psique é fluida, a imagem está em constante movimento em um aspecto inconsciente. Expressa a mutabilidade da condição humana. Em que a construção, destruição e reconstrução de processos internos podem ocorrer até o último dia de nossa existência. Tudo isso a arte revela. Mesmo que, na maior parte das vezes, não tenhamos consciência de seus impactos dentro de nós.
Por Cláudia de Sousa Fonseca
Artista plástica, escritora, fotógrafa, terapeuta e jornalista
Arte e vivências terapêuticas
As obras da exposição Arrebatamento Sensorial – um convite à revolução do sentir estão à venda. Caso ocorra a conexão com algum dos quadros, a aquisição pode acompanhar uma vivência terapêutica de acesso ao inconsciente, para que seus conteúdos psíquicos sejam trabalhados.
A sessão terapêutica também é possível sem a compra do quadro.
O contato com a arte pode ser curativo. Uma conexão livre de juízos de valor que envolvam qualidade técnica ou estética, aceitando o processo como uma pura personificação do inconsciente, pode causar impactos inimagináveis em nosso mais profundo eu. Sem saber, projetamos ali nossas dores e amores.
Como funciona o atendimento
A ferramenta terapêutica aplicada no trabalho é o atendimento Falas Sistêmicas. A sessão corresponde a uma vivência de acesso a conteúdos psíquicos, com a primeira parte da técnica Alinhamento Energético – Fogo Sagrado, associada com Imaginação Ativa a partir de Imagens Arquetípicas.
Atendimentos no Espaço Amora Terapias Integrativas
As vivências são facilitadas pela terapeuta, escritora e artista plástica Cláudia de Sousa Fonseca. Atendimento online e em Copacabana, no Rio de Janeiro. Confirmação de horário após pagamento da sessão, via PIX ou transferência bancária. Agende horário pelo WhatsApp (21) 98101-2828.
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