brincadeira
do vazio por onde caminho, cercada de medos
(muitos sequer compreendo, outros, quem sabe,
invento)
vejo surgirem pontos dourados,
feito estrada
e apesar de colorida
me assusta realidade criada
onde negrume se dissipa em um cenário divertido.
e se eu ficar louca? me questiono a todo momento.
a possibilidade de viver
em mundo sem julgamento
abre portal fantasioso impossível de lidar.
sigo apenas na certeza:
ao final desta estrada de tijolinhos amarelos
encontrarei a razão
da tristeza
a me acompanhar.
então procuro nas personagens de narrativa idealizada
respostas ao outro oferecidas
mas quase nunca
em mim encontradas.
assim como eu
muitos enfrentam mesma jornada
e em minha inocência acredito saber
muito mais desta trajetória,
me atrevendo a orientar
almas perdidas
na incessante busca
do encontro por inteiro.
vejo um leão ousar o medo enfrentar
em procura de coragem.
e a ele, digo:
“como pode você percorrer
dias à fio
sem perceber:
se permitir encarar
tal desafio?
já é a essência do teu destemido ser?
vejo um homem de lata a sofrer
por nunca conseguir
seguir
a busca do coração,
pois sempre se entretem no contemplar
de cada ave a cantar
de cada flor a dar vida ao chão.
e a ele, digo:
“como você não consegue notar?
ser toda essa distração
tua profunda
tão sensível
capacidade de amar?
vejo muitos em seu transitar
mas continuo sem querer
olhar
para a criança ao meu lado pedindo atenção
apegada ao medo da caminhada não terminar
sempre muito bem organizada, rígida
em minha ilusão
de achar viver acima de todos
muito além
com os pés no chão.
agora é Doroty quem pergunta: “o que tanto você procura?”
e me assusta
não encontrar resposta para questionamento
tão pueril .
“talvez eu procure o mesmo que você”
respondo
e ouço ela dizer
assim:
preciso encontrar minha casa
mas acabo de perceber
não há caminho a percorrer
quando meu lar habita em mim.
se eu preciso me reencontrar
criar uma nova história
recheada de alegria
por que procurar no final
desta estrada infinita?
se eu posso me entregar agora
neste meu mundo cheio de fantasia?
a única criação perigosa é julgar, apontar no outro, o que não quero em mim aceitar.
mas neste novo mundo de imaginação
não há tempo de criticar,
preciso apenas reaprender
a me deleitar
neste abundante colorido
e todos os dias incorporar
sem precisar
temer
todas as formas de
B-R-I-N-C-A-D-E-I-R-A
em meu ser.
Poema “brincadeira”
Escrito pela terapeuta e poetisa Cláudia de Sousa Fonseca para a psicóloga Danielle Almeida, após o processo Retrato Terapêutico Amora Fototerapia
Tema da Vivência Fotográfica: brincadeira
A vivência fotográfica com a temática “brincadeira“, realizada pela psicóloga Danielle Almeida, faz parte do processo Retrato Terapêutico Amora Fototerapia. Um profundo mergulho na alma, a partir da visualização de imagens inconscientes e ressignificação de conteúdos psico-emocionais. O trabalho inclui fotografia artística, 60 fotos editadas e tratadas, mais um poema escrito exclusivamente para a/o modelo.
Retrato Terapêutico Amora Fototerapia no Espaço Amora
Os atendimentos são facilitados pela terapeuta, escritora e artista plástica Cláudia de Sousa Fonseca, responsável pelo desenvolvimento da técnica. Agendamento apenas após pagamento da sessão, que pode ser efetuado por PIX, transferência bancária ou cartão de crédito. Confirmação de horário pelo WhatsApp (21) 98101-2828.
Confira os detalhes e as propostas de orçamento do Processo Terapêutico Amor.a Fototerapia