É importante não criar expectativas, para não se frustar. Confesso que, todas as vezes em que ouvia a frase, sentia um incômodo. Os argumentos sempre foram válidos: não podemos exigir que o outro seja o que queremos; criar expectativas é fantasiar uma pessoa diferente do que ela de fato é ou tem condições ser; as pessoas, como todo o ser humano, têm o direito de errar (e muitas vezes vão); precisamos dar à nós mesmas o que esperamos receber do outro.
Ainda assim, apesar de concordar com tudo isso, nenhuma dessas máximas me satisfazia. A meu ver, não há afeto que seja sobreposto à nossa tentativa de pura racionalidade.
O meu motivo é bem simples, apesar de eu ter demorado a me dar conta disso: não sei viver em um mundo aonde nunca espero nada de ninguém. Entre criar expectativas irreais em relação a uma pessoa e desejar que ela retribua minimamente com o que nos dispomos a oferecer, ou ela afirme ter condições de dar, há um abismo.
Sim, precisamos aceitar que as pessoas são o que têm condições de ser. Que o que elas têm a oferecer pode estar muito distante do que gostaríamos. Mas temos também que aprender a respeitar o que nós temos condições de ser e estabelecer limites sobre o quanto estamos dispostas a aceitar o que nos é (ou não é) ofertado.
Eu escolho viver em um mundo em que espero, sim, das pessoas. Em que me permito me frustrar e a aprender a lidar com as minhas frustrações. Em que me permito encarar minhas dores e ilusões, cada vez em que me pergunto se estou exagerando, dentro do que espero. Cansei de fingir não me importar. Aprendi a aceitar que muitas vezes terei que ir embora, se o que recebo criar em mim um conflito grande demais. A dor faz parte da vida. Mas certas dores não precisam ser vividas. Isso não quer dizer que estou fugindo (como já fiz tantas vezes). Quer dizer que respeito os meus limites.
Precisamos, sim, aprender a dar a nós mesmas o que esperamos dos familiares, amigos, parceiros, pessoas que nos rodeiam. Mas também dependemos da alteridade na constituição do nosso ser. E depois de me esforçar tão arduamente a ser totalmente independente, na ilusão de que preciso me prover de tudo sozinha, precisei aceitar que chega um momento em que não conseguimos mais dar a nós mesmas (nem para os outros) algo que não estamos abertas a receber do mundo.
Não sei amar sem esperar absolutamente nada. E não vou me impor o tal do “amor incondicional”, tão aclamado em muitos meios terapêuticos, filosóficos, religiosos, em que simplesmente acolho tudo do outro e desrespeito um auto-amor a berrar que não estou me acolhendo. Não somos (relacionamentos não são) receitas de bolo. E precisamos aprender a fluir entre o que é possível para nós e para o outro. Afinal, o outro também somos nós, quando reverberam as nossas possibilidades de nos relacionarmos.
E acredito que precisamos incluir todos esses aspectos reverberados. Mas incluir não quer dizer repetir, insistir, nem estar perto. Escolho a liberdade de criar expectativas em relação a tudo e a todos que incluo em meu coração (e tem gente para caramba, viu?). Tentar viver em total apatia, fingindo não esperar nada para comprovar o quanto sou um ser “emocionalmente superado”, já me doeu demais, por muito tempo.
*Texto escrito pela jornalista, terapeuta e artista plástica Cláudia de Sousa Fonseca
Texto “Sobre não criar expectativas” como produção terapêutica
Com frequência, os atendimentos que realizo me inspiram a escrever textos para clientes. Muitas das minhas postagens são fruto desse processo. Em que, ao me permitir ser uma facilitadora de cura, abro meu coração para receber a beleza universal. E traduzo esse sentir em palavras.
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